segunda-feira, 25 de abril de 2011

(des)encontrados

Deixou-se ficar. Mas com a pressa de voltar a um mundo que só a si lhe pertencia, ele partiu. Tudo mudou mas nada saiu do lugar. O coração dela batia cada vez mais depressa. As lágrimas caíam. As recordações balanceavam-se para lá e para cada como que um baloiço de crianças. A vontade de correr atrás do balão perdido. O sonho de um dia perfeito. O sorriso desvanecido. A princesa caiu em cena. O príncipe abandonou a peça sem deixar rasto. As cartas para rasgar. Já tudo estava distante. Finalmente ele chegou a casa. O silêncio instalou-se. O sentimento de culpa sobreveio. Fez o que estava certo. Mas não estava certo daquilo que fizera. O lábio tremia-lhe. O coração palpitava de forma diferente do habitual. As paredes forradas com fotografias. Fotografias que eram deles. Deixou-se cair em cima da cama e adormeceu. Viajou para outro lugar. Onde tudo estava como sempre esteve. Onde ele sorria. Ela sonhava. E eles viviam. Aqui ela não lhe atribuía culpas. Ele não se sentia culpado. O princípio do fim não chegara. E ele não tinha que a deixar simplesmente porque o destino assim o ditou. Mas no fim de contas, ela continuava em compasso de espera, perdida nas ruas da cidade, sem vontade de se encontrar.




V'ideias

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