segunda-feira, 2 de maio de 2011

em branco

Um livro será sempre um livro. Mas as folhas estão em branco. O título não foi pensado. A dedicatória está implícita e os diálogos ficaram por dizer. A capa parece-se igual a tantas outras. Mas este é diferente. As páginas estão vazias e cada folha contém um pensamento inacabado. Uma frase incompleta. Uma fala que ficou por dizer. São páginas e páginas cheias de tudo aquilo que me preenche ou que me faz sentir um vazio. Palavras que depois de escritas são apagadas. Sentimentos ignorados numa folha de papel em branco, onde tudo se guarda mas nada se escreve. Letras confusas e interpretações mal feitas. Simplesmente porque, embora, faças parte de toda a história que não existe, o teu nome não foi escrito no prefácio e foi apagado do epílogo. É, portanto, como que escrever uma outra língua, onde tudo o que for escrito ficará apenas no meu entender.


V'ideias