A incerteza de
que fará sentido deixa-me com vontade de especular sobre aquilo que eu própria
desconheço. No entanto, talvez seja esse o propósito. Tornar a ler cada uma das
páginas mas desta vez de pernas para o ar. Começar pelo fim. Recear as dúvidas.
Concluir a meio. E deixar arrumado aquilo a que chamamos de começo. Parece até
inconveniente começar pelo que seria suposto ser um desfecho. Porém, nem sempre
as certezas surgem no fim da narração. Passos que chegam. Passos que vão. A
constante dinâmica que nos é ostentada a cada duas acções que tomamos por nos
parecerem correctas. Se o são só o destino o dirá. Se o destino existe? Quem
sabe. Reconheço que perdemos horas e horas a correr de um lado para o outro na
ilusão de que o destino saberá para onde nos guiar. Embora acredite que por
vezes é o próprio quem nos troca as voltas e nos faz pensar que andar em linha
recta de interessante nada tem. E no meio de tudo isto pergunto-me se existem
dúvidas. Na realidade nunca saberei não as ter. Mas hoje percebo que as dúvidas
de ontem não serão mais as dúvidas de amanhã. E que nem sempre se manifesta
assim tão longe aquilo que nos parece tão distante.
v'ideias