O
toque suave entre mãos que mal se sente mas que os arrepia. O esvoaçar dos
cabelos que nela fica sempre melhor. A forma desajeitada como lutam contra o
remoinho que sentem em seu redor. A areia começa a levantar e riem-se porque mais não há a fazer. Os salpicos que sentem quando de adultos passam a crianças. A vontade de permanecer até o sol dar lugar à lua e
o 'bom dia' deixar de fazer sentido. O olhar diante o vazio sem decifrar coisa
nenhuma. Até porque ambos são indecifráveis. A barreira que formam quando ao jantar o prato lhes parece ser o
único ponto lógico de referência dentro das quatro paredes. E quando as paredes
se vão e dão lugar ao espaço em aberto que os recebe, parece que o foco passa a ser a
calçada que os persegue até ao destino pretendido. Irónico. A felicidade está
tão entranhada que fica apenas dentro de cada um deles. A presença do outro
parece-lhes tão platónica que se deixam absorver pelo turbilhão de emoções
que vai e vem ao sabor do ponteiro dos segundos. A forma como cada um se
movimenta é tão própria que se torna fácil a descrição. E quando
vislumbram o desenho que o outro rabiscou percebem que são tantas as
convicções como as fragilidades. E então voltam a cruzar o olhar. Sentem que estão vivos e que tudo não passa de uma repetição.
v'ideias
v'ideias
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